Assembleias de usuários em saúde mental: espaço educativo de diálogo e autonomia
DOI:
https://doi.org/10.53660/290.prw605Palavras-chave:
Saúde mental, Assembleia, Educação, Diálogo, AutonomiaResumo
Este artigo tem como objetivo analisar as Assembleias em Saúde Mental como espaço de educação ao buscar a promoção do diálogo e da autonomia dos seus participantes. No contexto da Reforma Psiquiátrica, podemos observar a constituição de um novo modelo de oferta de cuidado a pessoa em sofrimento psíquico, com ênfase na reabilitação social em liberdade, ofertando cuidado intensivo, humanizado, comunitário, personalizado e promotor de vida. Este trabalho foi construído a partir de uma pesquisa bibliográfica, que tem como base a leitura de obras de Paulo Freire e de autores que tratam do tema das assembleias em Saúde Mental. O texto aponta, dentre as estratégias utilizadas a assembleia tem como objetivo incluir os pacientes na gestão do cotidiano institucional, oferecendo espaço para que possam co-responsabilizar-se pela administração do espaço que utilizam e pelo tratamento que recebem. A estratégia da assembleia foi discutida sob a ótica freireana, tratando o tema a partir dos pressupostos da pedagogia da autonomia e do diálogo, se apresentando o primeiro como objetivo e segundo como instrumento de práxis, para o funcionamento da estratégia.
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