Métodos moleculares na caracterização da disbiose intestinal associado ao diabetes mellitus tipo 2

Autores

DOI:

https://doi.org/10.53660/PRW-2491-4522

Resumo

Alteração na diversidade, quantidade ou densidade de microorganismo pode levar a uma desregulação do trato intestinal e consequentemente à disbiose. O objetivo foi identificar quais os métodos e marcadores moleculares utilizados para diagnóstico da disbiose. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura nas bases de dados PubMed/MEDLINE, LILACS. Foram incluídos artigos dos últimos 15 anos que respondessem à questão norteadora: “Quais os principais métodos moleculares relacionados à disbiose intestinal associado ao diabetes mellitus tipo 2?”. Nove artigos foram incluídos, destacando a técnica de PCR e o fator microbiano, 16S rRNA. Conclui-se que o microbioma intestinal e a genética do hospedeiro podem influenciar os fenótipos metabólitos. As interações anormais entre o microbioma e o sistema imunológico em pessoas geneticamente suscetíveis podem causar doenças imunomediadas complexas. Em seres humanos, o uso de prebióticos e/ou probióticos pode auxiliar no controle de doenças metabólicas associadas à obesidade. Amostras amplificadas por PCR da região 16S rRNA emergem como método alvo terapêutico eficaz e possível marcador preditivo no diagnóstico da disbiose.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Tárcio Marcos Lins Cavalcanti, Universidade de Pernambuco

Professor do Departamento de Clínica Médica, Disciplina de Nefrologia da Faculdade Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco. Graduado em Medicina pela Universidade de Pernambuco. Professor da UPE. Especialização em Administração Hospitalar pela Fundação São Camilo, Faculdade de Ciências Médicas e Especialização em Biologia Molecular pela Universidade de Pernambuco. Doutor em Cirurgia pela Universidade Federal de Pernambuco. Mestre em Gestão de Sistema de Saúde pela Universitat Politécnica de Valéncia, UPF, Valéncia, Espanha. Coordenador de Planejamento da Faculdade de Ciências Médicas (FCM-UPE). Diretor Pedagógico do EDUCA - Centro de Saúde e Educação da Mata Norte de Carpina-PE. Presidente das Comissões das Eleições para Representação Docente e de Técnico-Administrativos para compor e Conselho de Gestão Acadêmica e Administrativa (CGAAA) e Vice-coordenador do Curso de Graduação em Medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco - Campos Santo Amarro (2017-2018). Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Nefrologia,Cardiologia.

Ivaldo Calado Filho, Universidade de Pernambuco

Vice-coordenador do Curso Médico da UPE-FCM.Coordenador da Atividade de Extensão (Monitoria) das Disciplinas do Curso Médico da FCM-UPE. Atualmente é prof. regente da disciplina de propedêutica da Universidade de Pernambuco.Professor Gestor do Módulo Doença II da FCM-UPE.Professor do Módulo de Tórax (Cardiologia) da FCM-UPEMestre em Perícias Forenses pela FOP - UPE (2020-2022)Representante da Disciplina de Propedêutica do Conselho Pleno dos Professores da UPE-FCM.Membro Representante dos Professores Auxiliares da FCM-UPE do CGA (Conselho de Gestão Acadêmica da Diretoria) da FCM-UPE;Médico Cardiologista pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).Médico Ecocardiografista do HAM/SUS-PE.

Inalda Maria de Oliveira Messias, Universidade de Pernambuco

Professora da Universidade de Pernambuco/UPE Campus Petrolina. Leciona as disciplinas de Cuidar de Enfermagem no perioperatório e Central de material e esterilização. Na educação à distância (Educação a Distância -EAD) na disciplina de práticas de laboratório, embriologia e na pós - graduação em Ensino da Biologia em Educação em Saúde, práticas educativas em saúde. Foi professora substituta da UFPE no Centro Acadêmico de Vitória da Santo Antão da disciplina de clínica cirúrgica e da Faculdade Mauricio de Nassau das mesmas disciplinas. É Especialista em Microbiologia com concentração em Infecção Hospitalar. Especialista em didático pedagógica para a Educação em Enfermagem(UFPE). Especialista em Gestão em Saúde (UPE). Professora da Especialização em desenvolvimento sustentável na educação básica. Enfermeira de unidade de Terapia Intensiva Geral e Coronária, Hemodinâmica e emergência e centro cirúrgico. Mestre em Engenharia de Sistemas pela Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco - POLI/UPE. Doutora em Biotecnologia pela Rede de Biotecnologia do Nordeste - RENOBIO - Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE

Júlio Brando Messias, Universidade de Pernambuco - UPE

Graduado em Medicina Veterinária - 1993 (UFRPE), graduado em Licenciatura - Setor de Técnicas Agropecuárias - 1994 (UFRPE). Especialista em Morfologia (UFPE), em Metodologia do Ensino Superior para área de Saúde (UPE) e Especialista em Gestão em Saúde (UPE). Mestre em Ciência Veterinária - 2002 (UFRPE) e Doutor em Ciências Farmacêuticas - 2010 (UFPE). Atualmente é professor adjunto da Universidade de Pernambuco, Campus Santo Amaro lotado no Instituto de Ciências Biológicas (ICB). Leciona nas disciplinas da graduação na área de Morfologia, com ênfase em Histologia e Embriologia. Leciona na Pós-Graduação (Lato Sensu) - Didática do Ensino Superior para os Curso de Genética e Biologia Molecular e o Curso de Microbiologia; Disciplina Ética e Legislação nas Residências de Planejamento e Gestão em Serviços Farmacêuticos (Hospital da Restauração e Hospitaal Hemope), Disciplina Ética e Bioética na Residência de Cuidados Paliativos em Saúde (Hospital Universitário Oswaldo Cruz) e na Residência em Urgência, Emergência e Trauma (Hospital Getúlio Vargas). Foi Coordenador da Especialização em Ensino da Biologia pela Universidade Aberta do Brasil (MEC-Capes/UPE)/ Modalidade a Distância (2011 a 2018). Atua principalmente nos seguintes temas: educação, técnicas histológicas, toxicologia no desenvolvimento embrionário, citogenotoxicidade.

Referências

ANDREWS, M.; SOTO, N.; ARREDONDO, M.. Efeito da metformina na expressão do fator de necrose tumoral-α, receptores Toll like 2/4 e proteína C reativa em pacientes obesos com diabetes tipo 2. Revista Médica de Chile, v. 11, p. 1377-1382, 2012.

ARZANI, M. et al. Gut-brain axis and migraine headache: a comprehensive review. The journal of headache and pain, v. 21, p. 1-12, 2020.

BODINHAM, C. L. et al. Efficacy of increased resistant starch consumption in human type 2 diabetes. Endocrine connections, v. 3, n. 2, p. 75-84, 2014.

BRITTON, G. J. et al. Microbiotas from humans with inflammatory bowel disease alter the balance of gut Th17 and RORgammat(+) regulatory T cells and exacerbate colitis in mice. Immunity, v. 50, n.1, p.212-214, 2019.

CAMILO, H. M. Do exógeno para o endógeno: o exercício físico na modificação da microbiota intestinal como mais uma abordagem terapêutica. 2017. 43 f. Trabalho de conclusão de curso (bacharelado - Educação Física) - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Instituto de Biociências (Campus de Rio Claro), 2017.

CANDELA, M. et al. Modulation of gut microbiota dysbioses in type 2 diabetic patients by macrobiotic Ma-Pi 2 diet. Br J Nutr, v.116, n.1, p.80-93, 2016.

CANI, P. D. et al. Gut microbiota fermentation of prebiotics increases satietogenic and incretin gut peptide production with consequences for appetite sensation and glucose response after a meal. The American journal of clinical nutrition, v. 90, n. 5, p. 1236-1243, 2009.

CANI, P. D.; DELZENNE, N. M. The role of the gut microbiota in energy metabolism and metabolic disease. Current Pharmaceutical Design, v.15, n. 13, p. 1546-1558, 2009.

CARVALHO, I. I. R.. Análise da diversidade da microbiota fecal de crianças de zero a doze meses de idade usando o método de eletroforese em gel com gradiente desnaturante. 2012. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

CHEN, Y. et al. Gut metagenomes of type 2 diabetic patients have characteristic single-nucleotide polymorphism distribution in Bacteroides coprocola. Microbiome, v. 5, n. 1, p. 1-7, 2017.

COHEN, L. J. et al. Genetic factors and the intestinal microbiome guide development of microbe-based therapies for inflammatory bowel diseases. Gastroenterology, v. 156, n. 8, p. 2174-2189, 2019.

CROMMEN, S.; SIMON, M.-C.. Microbial regulation of glucose metabolism and insulin resistance. Genes, v. 9, n. 1, p.1-10, 2018.

CUPPARI, L. Nutrição clínica no adulto: guias de medicina ambulatorial e hospitalar. ______. Nutrição enteral. São Paulo: Manole, p. 369-90, 2002.

DELZENNE, N. M.; CANI, P. D. Gut microbiota and the pathogenesis of insulin resistance. Current diabetes reports, v. 11, p. 154-159, 2011.

EUN, C. S. et al. Induction of bacterial antigen-specific colitis by a simplified human microbiota consortium in gnotobiotic interleukin-10-/- mice. Infect Immun, v. 82, n. 6, p. 2239-46, 2014.

FORBES, J. D. et al. The gut microbiota in immune-mediated inflammatory diseases. Frontiers in microbiology, v. 7, p. 1081, 2016.

FORSLUND, K. et al. Disentangling type 2 diabetes and metformin treatment signatures in the human gut microbiota. Nature, v. 528, n. 7581, p. 262-266, 2015.

FRANÇA, G. M. et al. O efeito imunomodulador da microbiota intestinal, as consequências de seu desequilíbrio e a profilaxia probiótica. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, v. 7, n. 9, p. 151-175, 2021.

GOMES, A. C. et al. Gut microbiota, probiotics and diabetes. Nutrition journal, v. 13, n. 1, p. 1-13, 2014.

GOODRICH, J. K. et al. Human genetics shape the gut microbiome. Cell, v. 159, n. 4, p. 789-799, 2014.

HIGUCHI, B. S. et al. Intestinal dysbiosis in autoimmune diabetes is correlated with poor glycemic control and increased interleukin-6: a pilot study. Frontiers in immunology, v. 9, p. 1689, 2018.

IDF - International Diabetes Federation. Atlas. 8. ed. Bruxelas: International Diabetes Federation; 2017.

JONES, M. L. et al. The human microbiome and bile acid metabolism: dysbiosis, dysmetabolism, disease and intervention. Expert opinion on biological therapy, v. 14, n. 4, p. 467-482, 2014.

KOREN, O. et al. Microbiota oral, intestinal e de placas humanas em pacientes com aterosclerose. Anais da Academia Nacional de Ciências, v. 108, n. supl. 1, p. 4592-4598, 2011.

LARSEN, N. et al. Gut microbiota in human adults with type 2 diabetes differs from non-diabetic adults. PLoS One, v. 5, n. 2, p. e9085, fev. 2010.

LASSENIUS, M. I. et al. Bacterial endotoxin activity in human serum is associated with dyslipidemia, insulin resistance, obesity, and chronic inflammation. Diabetes care, v. 34, n. 8, p. 1809-1815, 2011.

LEPAGE, P. et al. A metagenomic insight into our gut's microbiome. Gut, v. 62, n. 1,

p. 146-158, 2013.

LEY, R. E. et al. Evolution of mammals and their gut microbes. Science, v.320, p.1647-1651, 2008.

LEY, R. E. et al. Human gut microbes associated with obesity. Nature, v. 444, n. 7122, p. 1022-1023, 2006.

LI, K. et al. Analyses of the microbial diversity across the human microbiome. Plos One, v. 7, n.6, p.132118, 2012.

LI, X. et al. Effects of Lactobacillus casei CCFM419 on insulin resistance and gut microbiota in type 2 diabetic mice. Beneficial microbes, v. 8, n. 3, p. 421-432, 2017.

LIU, F. et al. Dysbiosis of the gut microbiome is associated with tumor biomarkers in lung cancer. International Journal of Biological Sciences, v. 15, n. 11, p. 2381, 2019.

MAGNÚSDÓTTIR, S. et al. Generation of genome-scale metabolic reconstructions for 773 members of the human gut microbiota. Nature biotechnology, v. 35, n. 1, p. 81-89, 2017.

MANASSI, C. F. et al. Tendências em produtos cárneos funcionais e suas implicações na saúde humana. 2021. 79 p. Trabalho de conclusão do Curso (bacharelado - Ciência e Tecnologia de Alimentos) - Universidade Federal de Santa Catarina - Centro de Ciências Agrárias (Florianópolis), 2021.

MARCHESI, J. R. et al. The gut microbiota and host health: a new clinical frontier. Gut, v. 65, n. 2, p. 330-339, 2016.

MARDINOGLU, A.; BOREN, J.; SMITH, U. Confounding effects of metformin on the human gut microbiome in type 2 diabetes. Cell metabolism, v. 23, n. 1, p. 10-12, 2016.

MAZLOOM, Z.; YOUSEFINEJAD, A.; DABBAGHMANESH, M. H.. Effect of probiotics on lipid profile, glycemic control, insulin action, oxidative stress, and inflammatory markers in patients with type 2 diabetes: a clinical trial. Iranian journal of medical sciences, v. 38, n. 1, p. 38, 2013.

PAIXÃO, L. A.; CASTRO, F. F. dos S. Colonização da microbiota intestinal e sua influência na saúde do hospedeiro. Universitas: Ciências da Saúde, v. 14, n. 1, p. 85-96, 2016.

PANTOJA, C. L. et al. Diagnóstico e tratamento da disbiose: Revisão Sistemática. Revista Eletrônica Acervo Saúde, n. 32, p. e1368-e1368, 2019.

PEDERSEN, C. et al. Host–microbiome interactions in human type 2 diabetes following prebiotic fibre (galacto-oligosaccharide) intake. British Journal of Nutrition, v. 116, n. 11, p. 1869-1877, 2016.

PUSSINEN, P. J. et al. Endotoxemia is associated with an increased risk of incident diabetes. Diabetes Care, v. 34, n. 2, p. 39 2-397, 2011.

QIN, J. et al. A metagenome-wide association study of gut microbiota in type 2 diabetes. Nature, v. 490, n. 7418, p. 55-60, 2012.

ROOKS, M. G.; GARRETT, W. S. Gut microbiota, metabolites and host immunity. Nature reviews immunology, v. 16, n. 6, p. 341-352, 2016.

ROSARIO, D. et al. Understanding the representative gut microbiota dysbiosis in metformin-treated type 2 diabetes patients using genome-scale metabolic modeling. Frontiers in physiology, v. 9, p. 775, 2018.

SABINO, J. et al. Primary sclerosing cholangitis is characterised by intestinal dysbiosis independent from IBD. Gut, v. 65, n. 10, p. 1681-1689, 2016.

SAFRAID, G. F. et al. Profile of functional food consumer: identity and habits. Brazilian Journal of Food Technology, v. 25, p. e2021072, 2022.

SARTOR, R. B. Therapeutic correction of bacterial dysbiosis discovered by molecular techniques. Proceedings of the National Academy of Sciences, v. 105, n. 43, p. 16413-16414, 2008.

SATO, J. et al. Gut dysbiosis and detection of “live gut bacteria” in blood of Japanese patients with type 2 diabetes. Diabetes care, v. 37, n. 8, p. 2343-2350, 2014.

SEDIGHI, M. et al. Comparison of gut microbiota in adult patients with type 2 diabetes and healthy individuals. Microbial Pathogenesis, v. 111, p. 362-369, 2017.

SHI, H. et al. TLR4 links innate immunity and fatty acid–induced insulin resistance. The Journal of clinical investigation, v. 116, n. 11, p. 3015-3025, 2006.

SOHAIL, M. U. et al. Role of the gastrointestinal tract microbiome in the pathophysiology of diabetes mellitus. Journal of diabetes research, v. 2017, 2017.

BARROSO, A. C. de S. et al. Comparação entre necessidade, prescrição e infusão de dietas enterais em um hospital público de Belém-PA. Braspen Journal, v. 34, n. 1, p. 46-51, 2023.

SOUZA, M. T. de; SILVA, M. D. da; CARVALHO, R. de. Integrative review: what is it? How to do it? Einstein (São Paulo), v. 8, p. 102–106, mar. 2010.

TILG, H.; MOSCHEN, A. R. Microbiota and diabetes: an evolving relationship. Gut, v. 63, n. 9, p. 1513-1521, 2014.

TURRONI, F. et al. The infant gut microbiome as a microbial organ influencing host well-being. Italian journal of pediatrics, v. 46, n. 1, p. 1-13, 2020.

WANG, Y. et al. Gut microbiome analysis of type 2 diabetic patients from the Chinese minority ethnic groups the Uygurs and Kazaks. Plos one, v. 12, n. 3, p. e0172774, 2017.

WU, G. D.; COMPHER, C.; CHEN, E. Z. et al. Comparative metabolomics in vegans and omnivores reveal constraints on diet-dependent gut microbiota metabolite production. Gut, v. 65, n. 1, p. 63-72, 2016.

WU, X. et al. Molecular characterization of the faecal microbiota in patients with type 2 diabetes. CurrMicrobiol, v. 61, n. 1, p.69-78, 2010.

ZMORA, N. et al. Taking it personally: personalized utilization of the human microbiome in health and disease. Cell host & microbe, v. 19, n. 1, p. 12-20, 2016.

ZORZO, R. A. Impacto do microbioma intestinal no eixo cérebro-intestino. International Journal of Nutrology, v. 10, n. S 01, p. S298-S305, 2017.

Downloads

Publicado

2024-08-25

Como Citar

Cavalcanti, T. M. L., Calado Filho, I. ., Messias, I. M. de O., & Messias, J. B. (2024). Métodos moleculares na caracterização da disbiose intestinal associado ao diabetes mellitus tipo 2. Peer Review, 6(15), 254–274. https://doi.org/10.53660/PRW-2491-4522

Edição

Seção

Articles