"Uma Vitória Leva à Outra”: práticas de letramento e empoderamento para meninas e jovens mulheres da Cidade de Deus
DOI:
https://doi.org/10.53660/1141.prw2673Resumo
O Programa “Uma Vitória Leva à Outra” (UVLO) usa o esporte e outras linguagens como ferramentas para empoderar meninas e jovens mulheres em vulnerabilidade social, com ênfase na prevenção e eliminação da violência de gênero. Este estudo relaciona a diversidade de recursos utilizados no UVLO à pedagogia dos multiletramentos e aos letramentos de reexistência; também descreve como essas práticas subjetivam as participantes no tocante ao empoderamento. As sessões do UVLO se configuram como práticas de letramento de reexistência em contexto não escolar, e os conhecimentos ali produzidos e socializados em diferentes linguagens contribuem para o empoderamento das participantes. Contudo, é necessária a discussão sobre a urgência da implementação de políticas públicas voltadas à garantia de direitos constitucionais da população de mulheres negras moradoras de favela, como a Cidade de Deus.
Downloads
Referências
ALCOFF, L. Uma epistemologia para a próxima revolução. Sociedade e Estado, Brasília, n. 1, v. 31, jan./abr. 2016.
BARBOSA, V. L. E. A narrativa como estratégia de resistência, o cotidiano como lugar de reexistência. ANPUH-Brasil - 31º Simpósio Nacional de História. Rio de Janeiro, 2021.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70 Ltda., 1977.
BATLIWALA, S. The meaning of women’s empowerment: new concepts from action. In: SEN, G.; GERMAIN, A.; CHEN, L. C. (ed.). Population policies reconsidered: health, empowerment and rights. Boston: Harvard University Press, 1994. p.127-138.
BUTLER, J. Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do sexo. In: LOURO, Guacira Lopes. O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2000. p. 151-198.
CAZDEN et al. Uma pedagogia dos multiletramentos. Desenhando futuros sociais. (Orgs. RIBEIRO, Ana Elisa; CORRÊA, Hércules Tolêdo. Trad. Pinto, Adriana Alves et al.). Belo Horizonte: LED, 2021.
COLLINS, J. Práticas de letramentos, antropologia linguística e desigualdade social: casos etnográficos e compromissos teóricos. In: Educação e Pesquisa, n. especial, 2015.
CÉSAIRE, A. Discurso sobre o colonialismo. São Paulo: Veneta, 2020.
DAMICO, J.; KLEIN, C. O uso da etnografia pós-moderna para a investigação de políticas públicas de inclusão. In: MEYER, D. E.; PARAÍSO, M. A. (Org.) Metodologias de pesquisas pós-críticas em educação. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2012.
EMPODERA. Oportunidade para jovens líderes na Empodera. Disponível em: https://www.empodera.org.br/2022/08/01/oportunidade-para-jovens-lideres-na-empodera-2/. Acesso em: 15 jan. 2023.
EMPODERA. Quem somos. Disponível em: https://www.empodera.org.br/sobre-a-empodera/nossa-historia/. Acesso em: 29 mar. 2023.
GOHN, M. da G. Teorias dos movimentos sociais: paradigmas clássicos e contemporâneos. 7. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2008. 343 p.
GOHN, M. da G. Movimentos sociais na contemporaneidade. Revista Brasileira de Educação, v. 16, n. 47, maio-ago. 2011.
GOMES, N. L. O movimento negro educador: saberes construídos nas lutas por emancipação. Petrópolis: Vozes, 2017.
GONZALES, L. Por um feminismo afro-latino-americano. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.
HUNT, L. A invenção dos direitos humanos – uma história. São Paulo: Cia. das Letras, 2009.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2010. Famílias e domicílios – resultados da amostra. Disponível em: http://biblioteca.ibge.gov.br/ visualizacao/periodicos/97/cd_2010_familias_ domicilios_amostra.pdf. Acesso em: 13 jan. 2021.
KAUR, R. meu corpo / minha casa. Trad. Ana Guadalupe. São Paulo: Editora Planeta, 2020, p. 152.
KILOMBA, G. Plantation memories: episodes of everyday racism. Münster: UnrastVerlag, 2012. Disponível em: https://goo.gl/w3ZbQh. Acesso em: 9 jan. 2023.
LEÓN, M. El empoderamiento de las mujeres: encuentro del primery tercer mundos enlosestudios de género. La Ventana, Guadalajara, n. 13, p. 94-106, 2001.
MATTHIESEN, S. et al. Linguagem, corpo e educação física. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, 2008 v. 7, n. 2, p. 129-139.
MBEMBE, A. Necropolítica. Arte & ensaios. Revista do PPGAV/EBA/UFRJ. n. 32, dez. 2016
MIGNOLO, W. Colonialidade: o lado mais escuro da modernidade. Rev. bras. Ci. Soc. [online], v. 32, n. 94, 2017.
ONU MULHERES. 2020. Mulheres e meninas no esporte podem mudar o jogo global. Disponível em: http://www.onumulheres.org.br/noticias/mulheres-e-meninas-no-esporte-podem-mudar-o-jogo-global/. Acesso em: 20 mar. 2023.
PETRONE, T. Sobre Feminismo para os 99%. In: ARRUZZA, C; BHATTACHARYA, T.; FRASER, N. (Orgs.) Feminismo para os 99% - um manifesto. São Paulo: Boitempo, 2019.
PORTELA, J. A. S. Diagnóstico Cidade de Deus. Roda de Conversa “Olhares sobre a Cidade de Deus no contexto de crescimento da violência”. Núcleo de Gestão Social/Farmanguinhos. Rio de Janeiro, set. 2017.
RIBEIRO, D. O que é lugar de fala? Belo Horizonte: Letramento; Justificando, 2017. 112 p.
SACAVINO, S. Educação em direitos humanos e democracia. In: CANDAU, V. M.; SACAVINO, S. (Orgs.). Educar em direitos humanos: construir democracia. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2003. p. 36-48.
SANTOS, B. de S. O fim do império cognitivo. Belo Horizonte: Autêntica, 2019.
SARDENBERG, C. O pessoal é político: conscientização feminista e empoderamento de mulheres. Inclusão Social, Brasília, v. 11, n. 2, p. 15-29, jan./jun. 2018.
SARDENBERG, C. Liberal vs liberating empowerment: conceptualising women’s empowerment from a Latin American feminist perspective. Brighton: Institute of Development Studies: Pathways of Women’s Empowerment, Pathways Working Paper 7, 2009.
SILVA, L. L. T. da. Risco e vulnerabilidade social feminina. RELACult – Revista Latino-Americana de Estudos em Cultura e Sociedade, v. 04, ed. Esp., nov. 2018.
SOUZA, A. L. Linguagem e letramentos de reexistências: exercícios para reeducação das relações raciais na escola. Revista Linguagem em Foco, [S. l.], v. 8, n. 2, p. 67–76, 2019.
STREET, B. Letramentos sociais: abordagens críticas do letramento no desenvolvimento, na etnografia e na educação. São Paulo: Parábola, 2014.
TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.
UMA VITÓRIA leva à outra. Sobre o programa. Disponível em: http://www.umavitorialevaaoutra.org.br/sobre-o-programa. Acesso em: 22 dez. 2022.
UNICEF. As múltiplas dimensões da pobreza na infância e na adolescência no Brasil. Brasília, 2022.
WALSH, C. Interculturalidade crítica e pedagogia decolonial: in-surgir, re-existir e re-viver. In: CANDAU, Vera Maria (Org.). Educação intercultural na América Latina: entre concepções, tensões e propostas. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2009.
WOMEN WIN; EMPODERA. Guia Internacional para o desenvolvimento de programas esportivos para meninas. ONU Mulheres, 2021. Disponível em: https://www.empodera.org.br/ mdocs-posts/guia-internacional-para-o-desenvolvimento-de-programas-esportivos-para-meninas/. Acesso em: 13 jan. 2022.
WOMEN WIN. Supporting girls and women around the world. Disponível em: https://www.womenwin.org/. Acesso em: 11 jan. 2022.
