Fatores associados à positividade em testes rápidos para HIV, sífilis e hepatites virais em privados de liberdade de Minas Gerais, 2019-2022

Autores

DOI:

https://doi.org/10.53660/1444.prw2940

Resumo

Objetivo: identificar comportamentos de riscos ao HIV, sífilis e hepatites virais em privados de liberdade custodiados em Unidades Prisionais da 11ª Região Integrada de Segurança Pública de Minas Gerais. Métodos: estudo transversal com privados de liberdade. Foi aplicado um questionário socioeconômico, contendo questões estruturadas e foi realizado exames de testagem rápida para HIV, Sífilis e Hepatites tipo ‘B’ e ‘C.  Resultados: participaram deste estudo 273 pessoas privadas de liberdade. Cerca de 6,3% apresentaram resultados positivos para anti-HIV, ,3% para anti-HCV, 1,1% para HBsAg, 11% para teste treponêmico e 87,5% de resultados positivos para o teste confirmatório para HIV. Houve associação significativa da positividade para HIV com situação habitacional (Odds Ratio – OR = 3,4 IC95% = 1,3; 9,4). Privados que afirmaram conhecer sobre infecções sexualmente transmissíveis (OR = 0,35 IC95% = 0,12; 1,04) e de maior renda (OR = 0,39 IC95% = 0,16; 0,93) apresentaram menor risco para sífilis. Conclusão: A maioria é jovem, com estado civil solteiro, sem condições adequadas de moradia anteriormente à prisão, e com déficit de conhecimento sobre os mecanismos de transmissão das IST.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Carlos Eduardo Prates Fonseca, Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

Doutorando em Ciências da Saúde: infectologia e medicina tropical da UFMG. Mestre em Saúde Pública - UA/Universidade Federal de Juiz de Fora. Graduado em Enfermagem. 

Unaí Tupinambás, Universidade Federal de Minas Gerais

Professor Titular do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (1986), mestrado em Infectologia e Medicina Tropical pela Universidade Federal de Minas Gerais (1999) e doutorado Curso de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: Infectologia e Medicina Tropical - Faculdade de Medicina UFMG (2004). 

Referências

BARNETT, V. Sample survey principles and methods. [s.l.] Arnold, 2002.

BRASIL. Cadernos de Atenção Básica: Saúde sexual e reprodutiva. 1. ed. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2013. v. 1

BRASIL et al. Diretrizes para a organização dos serviços de saúde que ofertam a Profilaxia Pré-exposição Sexual ao HIV (PrEP) no Sistema Único de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2017.

BRASIL et al. Agenda Estratégica para Ampliação do Acesso e Cuidado Integral das Populações-Chave em HIV, Hepatites Virais e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis. Brasília: Ministério da Saúde, 2018.

BRASIL. Portaria 188, de 03 de Fevereiro de 2020. Declara Emergência em Saúde Pública de importância Nacional (ESPIN) em decorrência da Infecção Humana pelo novo Coronavírus (2019-nCoV). Diário Oficial da União, 2020.

BRASIL. Aumentam casos de HIV/aids em unidades prisionais entre 2019 e 2021, informa Depen - Notícias. Disponível em: <https://www.camara.leg.br/noticias/885359-aumentam-casos-de-hiv-aids-em-unidades-prisionais-entre-2019-e-2021-informa-depen/>. Acesso em: 14 nov. 2022.

CARVALHO, F. F. DE et al. Conhecimento da população privada de liberdade sobre infecções sexualmente transmissíveis. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 41, 8 jun. 2020.

CHACOWRY PALA, K. et al. Blood-borne and sexually transmitted infections: a cross-sectional study in a Swiss prison. BMC Infectious Diseases, v. 18, n. 1, p. 539, 29 out. 2018.

CICCARESE, G. et al. Sexually transmitted infections in male prison inmates. Prevalence, level of knowledge and risky behaviours. Le infezioni in medicina, v. 28, n. 3, p. 384–391, 1 set. 2020.

COSTA, M. I. F. DA. Adolescentes em situação de pobreza: resiliência e vulnerabilidade às IST/HIV/AIDS. Dissertação (Mestrado) - Ceará: Universidade Federal do Ceará, 2017.

EL MAERRAWI, I.; CARVALHO, H. B. Prevalence and risk factors associated with HIV infection, hepatitis and syphilis in a state prison of São Paulo. International Journal of STD & AIDS, v. 26, n. 2, p. 120–127, 1 fev. 2015.

EL-THOLOTH, H. S. et al. Knowledge and attitude about sexually transmitted diseases among youth in Saudi Arabia. Urology Annals, v. 10, n. 2, p. 198–202, 2018.

KRUEGER, L. E. et al. Poverty and HIV seropositivity: the poor are more likely to be infected. AIDS (London, England), v. 4, n. 8, p. 811–814, 1 ago. 1990.

MALACOVA, E. et al. Knowledge of sexually transmissible infections: a comparison of prisoners and the general population. International Journal of STD & AIDS, v. 22, n. 7, p. 381–386, 1 jul. 2011.

MOAZEN, B. et al. Principles of condom provision programs in prisons from the standpoint of European prison health experts: a qualitative study. Harm Reduction Journal, v. 18, p. 14, 28 jan. 2021.

NEGREIROS, D. E. H.; VIEIRA, D. S. Prevalência de hepatites b, c, sífilis e hiv em privados de liberdade- Porto Velho, Rondônia. Revista Interdisciplinar, v. 10, n. 1, p. 43–52, 2017.

OLIVEIRA, J. A. DE et al. Knowledge, attitudes and practices related to sexually transmitted infections of men in prison. Rev Bras Enferm, p. e20201273–e20201273, 2022.

RECIO, R. S.; ÁGREDA, J. P. A. P. DE; SERRANO, J. S. [Sexually transmitted infections in male prison inmates: risk of development of new diseases]. Gaceta Sanitaria, v. 30, n. 3, p. 208–214, jun. 2016.

REIS, H. C.; TUPINAMBÁS, U. Questionário de comportamento sexual e prevalência de infecções sexualmente transmissíveis em pessoas privadas de liberdade, 2017.

SMOCK, L. et al. Economic Disparities and Syphilis Incidence in Massachusetts, 2001-2013. Public Health Reports, v. 132, n. 3, p. 309–315, 1 maio 2017.

STRATHDEE, S. A. et al. Reductions in HIV/STI Incidence and Sharing of Injection Equipment among Female Sex Workers Who Inject Drugs: Results from a Randomized Controlled Trial. PLOS ONE, v. 8, n. 6, p. e65812, 13 jun. 2013.

TELMA, T. M. E. A. et al. Vulnerabilidade de pessoas privadas de Liberdade ao virus da imunodeficiência humana. Revista Cubana de Enfermería, v. 34, n. 4, 26 fev. 2019.

TOMAZELA, V. H. et al. Infecções sexualmente transmissíveis na população carcerária de Alfenas-MG: estudo de prevalência e intervenção educacional. International Journal of Education and Health, v. 4, n. 1, p. 23–31, 15 out. 2020.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Sexually transmitted infections (STIs). Disponível em: <https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/sexually-transmitted-infections-(stis)>. Acesso em: 26 ago. 2022.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Sexually transmitted infections (STIs). Disponível em: <https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/sexually-transmitted-infections-(stis)>. Acesso em: 22 set. 2022.

Downloads

Publicado

2023-11-22

Como Citar

Fonseca, C. E. P. ., & Tupinambás, U. . (2023). Fatores associados à positividade em testes rápidos para HIV, sífilis e hepatites virais em privados de liberdade de Minas Gerais, 2019-2022. Peer Review, 5(24), 394–408. https://doi.org/10.53660/1444.prw2940

Edição

Seção

Articles